1 de março de 2009

Vitalidade e Consequência

Foto: Daqui


A escolha de Vital Moreira para encabeçar a lista do PS às eleições europeias é uma surpresa positiva que Sócrates guardou para anunciar no Congresso nacional. Mas mais que surpreendente é a importante decisão do académico na aceitação desta missão: porque se trata de alguém cuja respeitabilidade é inquestionável, cujo percurso profissional é notável e que carrega consigo um pensamento construtivo e amplo sobre as diversas questões. Não seria previsível que Vital Moreira aceitasse tal desafio, mas aceitou-o com argumentos e objectivos concretos, tal qual se esperaria de uma figura tão destacada da democracia portuguesa.

Mas desta candidatura tiram-se outras elações como o facto de demonstrar a vitalidade do PS e a sua capacidade de mobilizar a sociedade civil, sobretudo num momento em que se questionava essa capacidade de recrutar para o seu projecto político cidadãos com a dimensão e a credibilidade moral e ética de Vital Moreira. E este não é um ponto de somenos importância, pelo contrário, traz à imagem de Sócrates e do PS um voto de confiança de uma sociedade civil que se revê nas políticas e na acção dos socialistas. Este recrutamento, e agora se percebe que mais existirão nos próximos tempos, reflecte a abrangência do PS e a cumplicidade que gera na sociedade através do seu projecto.

Seria um sinal de fragilidade – o que é um traço comum aos partidos no governo – que a sua capacidade de desafiar figuras de mérito fosse negada pelos próprios: a isto se chama a descredibilização dos projectos políticos. Mas não é este o caso, pelo contrário.

Outro dado relevante desta candidatura é o facto de a mesma reflectir sobre a importância do acto eleitoral em questão e sobre a fundamental participação de Portugal no Parlamento Europeu. E fazê-lo com um critério de abrangência, com uma figura da dimensão de Vital Moreira, deixando de lado as conveniências partidárias e os compromissos internos, é uma marca que Sócrates deixa quanto à importância que atribui ao exercício da vida política. E convenhamos, nos tempos presentes é algo elogiável.

Do ponto de vista eleitoral é evidente que se trata de uma grande escolha, pela abrangência, principalmente em toda a esquerda, pelo nível de debate que impõe e sobretudo pelo rombo que provoca no interior do PSD, cujo putativo candidato será sempre refém desta candidatura. Mas o importante é que o debate se faça e que se faça com o sentido de credibilidade política que Sócrates e Moreira anunciaram.

Sem comentários:

Enviar um comentário