26 de fevereiro de 2009

A urgência dos novos tempos

Começa amanhã em Espinho o Congresso do PS. Este conclave socialista não trará novidades na liderança uma vez que Sócrates foi reeleito, mas será um bom ponto de partida para um debate interno sobre o PS e o governo. Não acredito nos que levantam a suspeita do medo de alguns militantes se expressarem por outras visões diferentes da direcção nacional.

No entanto é importante que o Partido Socialista debata a sua acção, mais que o posicionamento das suas políticas à esquerda ou à direita, porque isso me parece irrelevante e inconsequente nas sociedades modernas, mas sim um debate sério e profundo sobre o futuro de Portugal e as medidas concretas e imediatas de combate à crise económico-social.

O que o país e os portugueses precisam de ouvir dos partidos em geral e do PS em particular é uma voz de esperança, o apontar de um novo rumo, a apresentação de novas soluções para os problemas cada vez mais agudizantes. O que o PS tem como responsabilidades política e histórica é a comunhão face às dificuldades e a garantia de tratar dos problemas dos portugueses, hoje e no futuro, com absoluta dedicação e exclusividade. E essa é a diferença que o distinguirá nos actos eleitorais deste ano. Porque um povo sem esperança é um povo incapaz de renovar confianças nos seus governantes.

Será natural que o rumo do país se discuta para além deste período. E nessa perspectiva fará sentido abordar questões a médio longo prazo como a regionalização e a educação, ou a saúde e a cultura. Haverá certamente espaço para introduzir questões de cidadania como a legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Mas o que os portugueses querem ouvir, e do que querem saber, é do caminho seguro para melhorar a sua qualidade de vida e ultrapassar estas extraordinárias adversidades.

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