24 de fevereiro de 2009

Caminhos inversos

Foto: Atuleiros


Setenta mil novos desempregados inscritos nos centros de emprego só em Janeiro! O número é preocupante e a realidade séria e grave! Este não é o momento para se disputarem lugares no pódio das propostas milagrosas. Por muitas justificações que o número crescente de desempregados tenha a verdade é que existem e são no total mais de quatrocentos mil cidadãos.

Já aqui defendi propostas e critiquei outras, já por aqui reagi à demagogia nascida de um ano eleitoral aceso, mas também já aqui defendi que a solução está nas várias propostas, no sumo de todas elas, eliminando o populismo. Ou seja, o que importa é perceber que estamos a falar de pessoas, de famílias, de gente sufocada em situações de fragilidade financeira e psicológica. E a responsabilidade dos partidos, e do governo naturalmente, é de nos conduzirem num novo caminho de esperança e de confiança. E esse caminho exige medidas concretas e imediatas. E essa esperança não pode esmorecer nos rostos dos portugueses. É preciso fazer mais. É urgente fazer melhor.

Defendo o investimento público como alavanca da economia. Reconheço a importância da diminuição da carga fiscal sobre empresas cumpridoras e cidadãos. Admito as medidas de protecção social. Mas o nosso caminho está num pacto de entendimento económico e social que congregue várias visões, incluindo as dos parceiros sociais. Importa combater esta dificuldade. E para a combatermos é necessário admitir que passamos a crise económica e entramos no plano da crise social. Porque o que o desemprego reflecte é uma carência social e o aumento das desigualdades. E mesmo aqueles que vivem na ilusão de que os males apenas ocorrem aos outros devem estar preparados porque o futuro próximo é uma contrariedade real.

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