15 de fevereiro de 2009

PSD Hoje
















Pensará o leitor deste mínimo blogue que tenho uma coisa qualquer contra o PSD. Engano. Respeito a sua história e o seu contributo quer na oposição quer no governo, e por isso mesmo lhe reconheço a importância de se encontrar num estado de estabilidade que credibiliza o sistema democrático português. Mas a verdade é que o PSD está longe dessa estabilidade, por culpa própria e por insatisfação interna.

A prova do que digo é a constante critica de vários sectores internos às sucessivas lideranças – já lá vão quatro! – desde que Durão Barroso rumou para Bruxelas. Esta critica só é aceitável e praticada por não haver no seio do PSD quem congregue a sensibilidade militante da sua estrutura, quem fale ao país com a credível sapiência de uma alternativa de governo. Porque o PSD é um partido de governo e os seus militantes são actores políticos que desejam esse palco, em vez da figuração.

O mal não está só em Ferreira Leite, em Marques Mendes ou em Menezes, o que está errado no PSD é a ausência de um rumo onde se reencontre consigo e se defina numa base de ideias e de apoios eleitorais capazes de serenar a estrutura militante e dirigente. E quando um partido não sabe de si logo surgem mais do que um putativo líder, porque a todos cabe a legitima ambição de pensar fazer melhor do que o mal em que se encontra o partido. E isto não é salvação, é desorientação.

Tenho para mim que MFL não é líder para o PSD, já o disse várias vezes e expliquei porquê. Mas não é só a líder que está no sítio errado à hora errada: também os seus directos seguidores de direcção são um desastroso erro de casting. Ao longo destes meses ouvimos o PSD pôr-se em bicos de pés a bradar um plano de salvação nacional que diz ter apresentado. Esta é uma máscara que procura encobrir os erros constantes e a incompetência política dos vices de MFL. Primeiro foi Alexandre Relvas que assumiu a liderança do Instituto Sá Carneiro para dar ao partido o rumo e as ideias que alcançariam a meta do governo, o que se veio a comprovar insuficiente e sem efeitos na opinião pública; depois nomearam o ex-futuro salvador do PSD António Borges como responsável do gabinete de Estudos com a intenção de validar uma proposta credível de alternativa aos projectos do PS, e para além de umas trapalhadas e uns desacertos confirmou-se a sua incapacidade; prova disso é a terceira escolha: Aguiar-Branco, vice do norte e responsável pela dinamização do novo Fórum Portugal de Verdade que debaterá temas como a pobreza, PME’s, saúde, educação, desigualdades e justiça com o objectivo do PSD formar um plano a apresentar ao país para combater a crise.

E em todas estas iniciativas se percebe o falhanço de cada uma das outras e a inexistência de um plano de combate à crise que o PSD teima em afirmar já ter apresentado. Percebendo tudo isto, conhecendo o partido como eu não conheço e tendo informações privilegiadas que não possuo, os seus opositores Menezes, Passos Coelho, Marcelo e Ângelo Correia fazem transparecer a imagem real que o país tem do PSD actual: o rei vai nu. Não tem ideias e logo não pode mobilizar o país. Não sabe se é isto que quer e logo não mobiliza os seus militantes. O maior erro de MFL foi ter assumido esta missão sem julgar importante ter ideias para o país. Quem quer ser PM tem de fazer nascer na sua vontade o rumo e as orientações, para que os outros se façam seguidores e nunca o contrário, como sucedeu.

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