4 de fevereiro de 2009

As estrelas Cintilantes


O CDS-PP apoia a candidatura de Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa. O PS diz que estava “escrito nas estrelas”. O antigo líder centrista Ribeiro e Castro afirma que não é motivo de orgulho”. E Santana Lopes sente-se “muito lisonjeado”. Já Paulo Portas, no seu melhor estilo, atribui essa decisão à “escolha dos militantes”. Ou seja, em poucas palavras está tudo dito. Mas será que está tudo esclarecido?

O que se passa com o CDS é que é um partido sem rumo. Descaracterizado pela ganância do poder que a todo o custo o seu líder quer ostentar. Paulo Portas não cede à coerência quaisquer benefícios desde que isso lhe garanta um discurso de vitória. Resiste, não pelo espaço político que o CDS poderia ocupar, nem pelas ideias ou convicções ideológicas, mas sim pelo desespero e pela desorientação de um partido que é órfão de uma doutrina e refém de um líder com um ego maior que o de todo o CDS junto.

O CDS de centro-direita, de Adriano Moreira, de Freitas do Amaral, de Lucas Pires, de Ribeiro e Castro, e de tantos outros homens e mulheres com vincada orientação ideológica e defensores de um projecto para Portugal morreu com o PP de Manuel Monteiro e Paulo Portas. O populismo saloio, as feiras e os mercados, os discursos com chavões e o ego de Paulo Portas enlearam o CDS numa teia de indecisões e de fracassos. O CDS de hoje mais parece uma contabilidade organizada: Contam-se todos palcos, contabilizam-se todas as oportunidades de mais um deputado, somam-se as coligações com o PSD para mais uma justificação da existência de Paulo Portas, o político.

E associar Paulo Portas a Santana Lopes não é motivo de orgulho para ninguém, e nem precisa de estar escrito nas estrelas, basta a memória dos lisboetas e dos portugueses para se entender o significado desastroso da sua cumplicidade governativa. E imagino Ferreira Leite em tudo isto, numa só candidatura ter que elogiar e defender as cintilantes estrelas do populismo e da demagogia... enfim, sacrificio de líder.

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