29 de janeiro de 2009

Verdade e Decência



Foto: www.sic.pt

O que nos resta para a verdade e para a decência? Jornais e teóricos comentadores expandem a ideia de um PM comprometido e suspeito de uma situação ilícita, enquanto as entidades responsáveis, credíveis e constitucionalmente legitimadas para proceder a investigações desmentem, vezes sem conta, que a investigação do processo FREEPORT não tem quaisquer suspeitos ou arguidos; que não existe qualquer relevância jurídica na carta rogatória das autoridades inglesas; que tudo o que é falado e escrito sobre este caso não passa de “mera especulação política”; que não existem fundamentos para se usar o nome de um cidadão – seja ele quem for – e ligá-lo ao caso em questão.

Pergunto, posto tudo isto, o que é possível pensar da verdade e da decência? Como é possível manter uma suspeita infundada e especulativa sobre um cidadão, que ainda para mais é primeiro-ministro? Como se pode pôr termo a esta vergonhosa campanha difamatória? Quem põe fim a esta vil ameaça da liberdade de um cidadão?

Não fujo à questão central: as investigações deverão encontrar responsáveis e acusá-los independentemente que quem sejam ou de quais sejam as suas funções. E o país deverá lidar com isso com naturalidade democrática. Mas essa é a função da justiça e até lá aguardamos com respeito pelas pessoas e pelos seus direitos. Agora, não poderemos afirmar confiar na justiça e depois ignora-se a importância dos seus esclarecimentos e comunicados. Isto é mais que vergonhoso: é eticamente reprovável e condenável.

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