17 de janeiro de 2009

É apenas Congresso



Foto: www.cds.pt

Em congresso Portas está no seu terreno preferido. Tem tribuna. Tem ouvintes atentos. Tem mediatismo dos seus sound bites. Tem a capacidade extraordinária de branquear conforme as suas conveniências. E tem ainda a habilidade dos discursos eloquentes. Mas fora do congresso Paulo Portas tem perdido espaço e intervenção. O CDS é cada vez mais o partido do táxi, que se propôs combater. Não pelo número de deputados mas pelo centralismo a que Portas votou o partido.

O líder do CSD é capaz de transformar em verdade uma ficção: mobiliza o seu discurso pela importância do CDS em se tornar cada vez mais independente, quando foi o próprio que o arrastou numa ilusão de governar com o PSD; Critica o PSD e a sua matriz, quando será o primeiro a desejar repetir uma aliança governativa, se a oportunidade surgir; Pretende impedir uma nova maioria absoluta do PS criticando as maiorias e os seus perigos, quando num passado recente formou uma e defendeu-a como se fosse algo de sagrado. Quer passar a imagem de um partido forte, coeso, capaz e mobilizador, quando há umas semanas quase uma centena de ilustres militantes se desvinculou do CDS. E para cúmulo o CDS ainda discute a possibilidade de uma coligação pós-eleitoral com o PS (!) que critica e a que se opõe com tamanha vivacidade nos dias que correm.

O que Portas sabe mas não quer que o País veja é um partido a precisar de uma profunda remodelação na forma e no conteúdo. E também na liderança. O que o CDS não tem é a credibilidade política das propostas ocas do seu líder. E para isso é necessário muito mais que chavões reflectidos.

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