12 de janeiro de 2009

A moral de Bush

O ainda Presidente dos Estados Unidos da América, o inimitável George W. Bush, aconselha o seu sucessor Barack Obama a reflectir bem antes de questionar as suas opções de combate ao terrorismo. Quer com isto validar uma vez mais as razões subjacentes à intervenção no Iraque e no Afeganistão e justificar pela força do terror as injustas guerras em que se envolveu.

Recentemente, mas isso não terá valor para a coerência de Bush, admitiu numa entrevista que se tinha enganado e não estava preparado para lidar com a situação (entenda-se invadir Afeganistão e Iraque). E a história, que ainda terá muito para comprovar, já nos veio demonstrar a inexactidão das razões, a imprudência dos americanos e a injustiça das suas acções. A invasão do Iraque em confronto com a legitimidade decisória das Nações Unidas, a decapitação de Saddam Hussein e a irresponsável ingerência nos destinos daquele país são agora merecedores de uma reflexão sim, mas sobre como minorar estragos e garantir estabilidade democrática e de segurança aos seus cidadãos.

George W. Bush ficará na história como o mais desmedido líder político: quer na sua capacidade de gerar caos e de destruir a estabilidade mundial, quer pelas anedóticas intervenções públicas. Mas o que é estranho é o facto dos americanos não terem percebido isso há mais tempo. E o que é criticável e questionável é a sua moralidade para aconselhar um sucessor cuja fonte ideológica é diferente e ainda cuja missão é corrigir a imagem dos Estados Unidos no mundo, melhorar a credibilidade da ONU e resolver os problemas económicos internos criados a partir de uma visão neo-liberal e absurda.

Sem comentários:

Enviar um comentário