15 de janeiro de 2009

Eleições Europeias



Entre fúteis discussões sobre datas das eleições, pretendentes ao lugar de primeiro-ministro e o empolgamento em torno das candidaturas autárquicas, as eleições europeias perdem importância e dimensão no debate das ideias.

Nem a actual conjuntura financeira, e o rombo que causa no futuro da União Europeia, nem as dificuldades orgânicas por que passa, nem tão pouco o futuro da Europa que cumpre delegar aos nossos filhos têm peso suficiente para justificar debate e fomentar o interesse dos portugueses pelo acto eleitoral que aí vem.

Talvez porque o interesse dos eleitores é baixo não justifique empenho. Provavelmente porque num ano com outras animações eleitorais se deve deixar cair a que representa menores perdas para todos os partidos. Talvez. Provavelmente. Mas não deixa de ser irresponsável que entre tanta banalidade a marcar a agenda política não se discuta algo que nos influencia desde o dinheiro que trazemos no bolso até às taxas de juro que nos asfixiam.

O mais certo é que daqui a um ano se vejam os intelectuais do costume, seguidos dos políticos habituais, a teorizar sobre os errados caminhos da política europeia e as consequências nefastas na nossa vida. O mais provável é que daqui a um ano, depois de passada a animação paroquial, os do costume nos venham enfiar pelos olhos e pelos ouvidos as imposições e conjunturas de Bruxelas como responsáveis pelas nossas desgraças.

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