19 de janeiro de 2009

A crise sobre a verdade

Os partidos políticos com assento na Assembleia da República, sem excepção, avocam para si a percepção antecipada da crise financeira e económica e as propostas mais adequadas de combate à mesma. Ora bem, se reflectirmos esta situação como algo de sério e grave devemos questionar a demagogia e a arrogância a que nenhum partido é imune. Mas se a quisermos aligeirar e darmos a nota de um fait-diver político então esta é a demonstração rísivel da importância que os deputados e os partidos dão aos problemas do país.

Passo a explicar: Se todos são proprietários das melhores medidas de combate à crise e se todas as medidas apresentadas diferem, nalguns casos como da noite para o dia, então é possível admitir que nenhum dos partidos acerta no diagnóstico, ou então que nenhum dos partidos está realmente interessado em aplicar medidas concretas, ou será capaz de o fazer com rigor e verdade. Ou ainda, que apenas um estará certo! Mas ainda assim os partidos fazem eco e vaidade das suas propostas e não as usam para argumentar e antecipar cenários e consequências, fazem-no na mais pura linha de combate político, trocando acusações e inverdades.

A oposição faz mira cerrada ao governo acusando-o de irresponsabilidade e incompetência na resolução dos problemas do país. O governo desdobra-se em anúncios de medidas de política económica e social para fazer face aos problemas, na sua perspectiva claro. E entre uma coisa e outra os portugueses vêem agravadas as suas condições, sentem a precariedade profissional e financeira, desmotivam-se e estão cada vez mais por sua conta. Este é o mais recente e claro exemplo de que a demagogia supera a realidade. Este é o trato comum dos partidos: o acessório em vez do essencial.

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